domingo, 17 de abril de 2011

Das antigas

Observação inicial: não sei quantos anos tinha. Mais do que 10 e menos do que 17, provavelmente. E escrevia. Principalmente sobre um assunto. Porque recebia doses cavalares de uma droga chamada "amor romântico". Algo que não existe. Nunca existiu. Nem sei mesmo se o amor, enquanto sentimento, existe. Talvez não. Não saberia escrever sobre isso claramente. Agora não. Mas enfim... Eis o texto:



Olhei para o céu. Vi uma nuvem. Muito branca por sinal. Olhei para o lado e vi uma cobra no quintal. Saí correndo e caí. Caí de barriga no chão. Olhei para o céu e senti um aperto no coração. A nuvem ainda estava lá. Bem em cima do meu quintal. Mas há pouco tempo estava do outro lado do varal. Que loucura, pensei. Aquela nuvem não estava aqui? Terei ficado louca, na hora em que caí? Acho que ela me seguiu, pois não há explicação. Levantei-me e levei um outro escorregão. Nessa queda que levei, muito doeu e eu senti, que ao cair no chão, muita coisa eu perdi: a nuvem andou e eu não vi.

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